
Até uma criança sabe que a escravatura acabou há séculos, mas nos dias de hoje existe outra forma de escravidão exploratória e em nome de uma minoria que atendem pelo nome de micro e médio empresários, os escravos podem atender por diversos nomes, variando de acordo com seu nível de escravidão: empregado, funcionário, peão, atendente, vendedor, etc. Essa praga infesta às veias da administração de muitos locais pregando uma política de perseguição e ameaças contra os empregados, e a cidade de Iracema aqui no interiorzinho do Ceará não está imune a essa falta de empatia empresarial.
De acordo com a hierarquia das necessidades criadas por Maslow, o trabalhador sente-se motivado por suas necessidades que evoluem de acordo com a seqüência: necessidades fisiológicas ou básicas; necessidades de segurança; necessidades sociais e necessidades de estima e auto-realização. Tudo isso unido a uma política de incentivos gera um profissional satisfeito e de qualidade, que veste a camisa da empresa. O difícil, caros amigos, é fazer com que alguns patrões deixem de ver seus empregados como recursos da empresa, como uma parte estática e não realizadora do sucesso da mesma. Eles reconhecem apenas a busca de bens materiais e financeiros por parte dos trabalhadores, aqui em Iracema pagam salários ínfimos como se a necessidade fosse apenas do feijão e cervejinha nos sábados à tarde, onde fica a cultura, a educação e a busca por desejos e sonhos? Restrita apenas a essa minoria detentora do capital? Salário justo é aquele capaz de cobrir as necessidades. Empregam dezenas de jovens, tiram suas chances de ir buscar o sucesso lá fora em troca de uma função sem valor deixando-os sem nenhuma perspectiva de vida.
O perfil desses escravocratas mostra pessoas de pouco estudo, sem nível superior, vindos de famílias humildes e que subiram do zero. Talvez o fato da exploração seja algo psicológico pela caminhada que galgaram, eles jogam tudo em cima dos trabalhadores no intuito de que os mesmos passem as mesmas dificuldades. Embriagados de sonhos de poder e dinheiro eles fecham os olhos para o próximo, e até para a própria empresa enquanto ela estiver gerando lucro, quanto mais multiplica diminui o amor como diria Belchior.
Já os pobres empregados são aqueles que muitas vezes se matam de trabalhar por algo que nunca vai usufruir, desgastam a saúde e põem a família de lado tudo em prol da empresa, caso contrário as ameaças de demissão caem na cabeça dos escravos como temporais. A injustiça se mostra de várias formas e efeitos como o construtor que constrói a escola onde o filho nunca poderá estudar. É o trabalhador, que diante desse sistema capitalista, trabalha feito um louco e ganha menos do que quem trabalha menos.
As leis aqui parecem não surtir muito medo nos empresários, os mesmos não respeitam os direitos trabalhistas tais como o salário mínimo, não assinam carteira de trabalho conseqüentemente os funcionários não possuem FGTS, lembrando que esse é um direito até de domésticas, o 13º é uma piada, não existe possibilidade de férias muito menos folga em feriados, o salário é sempre inferior ao mínimo, é comum a carga horária exceder mais de 8 horas e nunca é constituído hora-extra, existe diversos casos de demissão sem aviso prévio e sem seguro desemprego, os aumentos são raros e nunca significativos. Não respeitam a participação nos lucros e resultados. O problema é que os trabalhadores abrem mão dos seus direitos em troca de trabalho e alimentam empresários preguiçosos e exploradores que muitas vezes nem aparecem em seus negócios e quando aparecem já é tarde do dia. Isso tudo impede uma ascensão nas classes sociais mantendo a distância entre explorador e explorado, onde quem dita as regras são os burgueses donos do jogo.
Os trabalhadores devem procurar conhecer seus direitos e lutar para que os mesmos sejam respeitados. Já diz Chico Buarque: toda vez que o justo grita o carrasco fica calado. As empresas de sucesso hoje tratam seus funcionários como colaboradores e importantes para o sucesso da mesma, o caminho é esse.
2 comentários:
Caraca Ary... Esse artigo ficou muito bom cara. Só tenho a elogiar e a dar forças para que vc continue com esse trabalho e também divulgue-o por ai. Isso servirá de estímulo para os leitores se revolucionarem e buscarem a mudança. Parabens !!!
Obrigado companheiro! Vamos em frente porque o bonde não pára!
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